Por que as
organizações quando estão em dificuldades e precisam dar uma guinada em sua
estratégia, tentam sempre as mesmas fórmulas? O que as impede de ousar?
Esta
questão persegue diversos tipos de instituições, não importando o porte,
segmento ou área de atuação. As empresas querem mudar, mas têm receio dos
impactos internos e externos que estas mudanças poderão trazer. As organizações
não receiam as mudanças, e sim, serem mudadas. Muitas pessoas que comandam as
corporações enxergam mais riscos do que benefícios nas mudanças, pois podem
perder privilégios, prestígios e poder. A única coisa que faz realmente uma organização
se mexer é o medo de não sobreviver e mesmo assim, em casos extremos.
Isto
explica porque a CBF pensa em trazer o Dunga novamente para ser técnico da
seleção. Por mais críticas que seu trabalho possa ter, é pessoa conhecida e de
certa forma, será controlado pelos cartolas de plantão. Colocar um profissional
inovador e de capacidade técnica reconhecida poderia ser a escolha óbvia, mas os
dirigentes enxergam risco para seu status quo. Um profissional de primeira
linha aceitaria os desmandos e desencontros dessa entidade que nunca primou
pela transparência e profissionalismo?
E assim
acontece na maioria as organizações. Elas não seguem uma lógica definida para
tomada de decisões. Ao contrário, são movidas por uma complexa e obscura rede
de interesses que poucos conhecem bem, mas que explica escolhas estranhas e
muitas vezes opostas às necessidades críticas do seu negócio.
As
lideranças educadoras apenas conseguem fugir da tentação das decisões mais
cômodas quando possuem uma visão muito precisa do seu posicionamento e
objetivos estratégicos. A falta de foco e clareza de objetivos é o campo
propício para o improviso e amadorismo. E não pensem que apenas pequenas empresas
passam por isso. A acomodação de interesses é uma peste que se propaga em
qualquer tipo de entidade. Como erva daninha, a falta de coragem corporativa
vai corroendo a saúde das empresas e cria um imobilismo que nem mesmo os sustos
dados pelo mercado podem vencer.
Se você
tentar arrancar uma flecha da pata de um urso, certamente será morto sem
piedade. Ué, mas o urso não será prejudicado? Sim, mas sua natureza instintiva
é mais poderosa que qualquer ameaça existente. Isto explica a ascensão e queda
da maioria das organizações, grandes e poderosas como um urso ou pequenas e
ágeis como um esquilo.
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