Na audiência às
cegas do programa “The Voice” da Itália em 2014, uma pequena freira de 25 anos
apresentou a música "No One" de Alícia Keys. Os quatro jurados não
acreditavam no que viam, quando viraram suas cadeiras. Como uma freira poderia
cantar com tanta alegria e espontaneidade. E o recolhimento e o silencio
próprios das religiosas?
Após uma juventude
de rebeldia contra a Igreja,
a Irmã Cristina Scuccia converteu-se em um musical feito na sua paróquia e
decidiu tornar-se membro das Irmãs Ursulinas da Sagrada Família de Milão,
cidade onde vive atualmente. Antes de tomar sua decisão vocacional, a jovem
ficou dividida entre continuar seus estudos universitários de Belas Artes ou
entrar no convento. Logo ela encontrou na música, cantando na Igreja, a forma
de evangelizar e compartilhar seu talento artístico.
Uma das juradas, Rafaella
Carrà perguntou: “E o que você acha que o Vaticano vai achar de sua
participação no The Voice”?
Com muito bom humor a Irmã Cristina disse: “Eu acho que receberei uma ligação do Papa Francisco! Ele mesmo tem-nos convocado a sair das igrejas e dos conventos para evangelizar... É por isso que estou aqui, para mostrar que Cristo não nos tira nada, Ele nos dá ainda mais”.
A jovem Cristina
também nos mostra que as organizações precisam se reinventar. Não é possível que
ambientes desinteressantes e pessoas entediadas seja a forma predominante das
nossas entidades com CNPJs. É preciso achar espaço para a alegria, que somente
existe quando existe significado naquilo que fazemos.
Para Francisco é
uma pessoa alegre. Irmã Cristina segue a mesma trilha. Gosto de observar as
pessoas pela manhã quando estou indo ao trabalho. A maioria delas possui
semblantes carregados, feições pesadas, parecendo hipnotizadas. Parece que
rumam adormecidas para o calvário dos escritórios.
Lembro também que
na minha infância, estudava em uma escola de freiras. Poucas sorriam. Lembro-me
de apenas uma, que também gostava de cantar. Estava sempre com um violão. A
música insiste em nos inspirar a sairmos do papel de vítimas e curtirmos a vida
como vocalistas.
As lideranças
educadoras são pessoas alegres e bem humoradas, porque adoram o que fazem.
Encontram sentido e espalham este significado aos diversos cantos que passam. E
cantam, encantam...
Vejam Cristina interpretando “Girls just want
to have fun”. Você tem razão, Cris, precisamos nos divertir. As segundas
pela manhã precisam se transformar em descontraídas sextas a tarde.
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