segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A dieta mindfulness


Outro dia, quando estava entrando no escritório, vi uma movimentação não muito usual na mesa de uma assistente muito querida na empresa. Várias pessoas estavam ao seu redor e falavam alto e a abraçavam calorosamente. Bingo! Só podia ser o seu aniversário.

O que me chamou a atenção foi o generoso pacote de bombons na mesa dela. As pessoas passavam, conversavam um pouquinho e levavam um irresistível bombom recheado para seus postos de trabalho. Alguns levavam dois... Para aquela fominha da tarde, sabe?

Comecei a notar que na maioria das mesas havia um pacote de biscoitos, doces e outras guloseimas para comer na hora que a fome apertasse. E as pessoas costumam comer trabalhando em frente ao computador e por isso, comiam exageradamente.

Tudo aquilo que fazemos sem dar 100% de atenção, sai mal feito. Quando comemos sem dar foco para a refeição, comemos demais, porque estamos no piloto automático.

Gurdjieff, um pensador armênio, pai do eneagrama, dizia que nós somos uma carruagem. O corpo é sua estrutura física e não tem vida própria. Ele é movido pelos cavalos, nossas emoções, que se não forem bem conduzidas pelo cocheiro, nossa mente, nos levarão para qualquer lugar. Mas a figura mais importante é o passageiro, nosso EU Maior, nossa Alma. Ele é que deve guiar a carruagem. Mas isso exige atenção plena, ou mindfulness.

Vivemos na era da gula e do desperdício. Fazemos coisas demais, comemos e bebemos demais, assistindo muita televisão e nos comprometemos com muitos projetos.

Nas empresas as coisas tomam uma dimensão ainda maior porque o que importa é “performar”. Assim ganharemos nosso bônus, seguindo a cartilha da meritocracia.

Mas muita coisa que fazemos não é importante. Em suma, todo projeto deveria atender a três princípios: ajudar o cliente, desenvolver o colaborador e melhorar a vida das pessoas no planeta. E o acionista? Certamente será bem recompensado se os outros três princípios forem atendidos.

Mindfulness. Atenção plena. Vida plena. Caminho cheio de possibilidades.

Para tal, é preciso esvaziar a sacola daquilo que não é importante. E experimentar novas trajetórias.

Em vez de bombom, frutas... Em vez de um monte de projetos, efetividade... Em vez de engolir sapos, coragem para mostrar aquilo que emperra as coisas no trabalho.

Mindfulness, atenção plena para aquilo que irá mudar a vida das pessoas que são importantes para nós, nossos clientes, nossa família e nossos amigos.


E ainda vai sobrar tempo para caminharmos, lermos um bom livro e corrermos na praia com nosso cachorro. E o melhor, nada disso engorda! 

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