Outro dia, quando estava entrando no escritório, vi
uma movimentação não muito usual na mesa de uma assistente muito querida na
empresa. Várias pessoas estavam ao seu redor e falavam alto e a abraçavam
calorosamente. Bingo! Só podia ser o seu aniversário.
O que me chamou a atenção foi o generoso pacote de
bombons na mesa dela. As pessoas passavam, conversavam um pouquinho e levavam
um irresistível bombom recheado para seus postos de trabalho. Alguns levavam
dois... Para aquela fominha da tarde, sabe?
Comecei a notar que na maioria das mesas havia um
pacote de biscoitos, doces e outras guloseimas para comer na hora que a fome
apertasse. E as pessoas costumam comer trabalhando em frente ao computador e
por isso, comiam exageradamente.
Tudo aquilo que fazemos sem dar 100% de atenção, sai
mal feito. Quando comemos sem dar foco para a refeição, comemos demais, porque estamos
no piloto automático.
Gurdjieff,
um pensador armênio, pai do eneagrama, dizia que nós somos uma carruagem. O corpo é sua estrutura física e não tem
vida própria. Ele é movido pelos cavalos, nossas emoções, que se não forem bem
conduzidas pelo cocheiro, nossa mente, nos levarão para qualquer lugar. Mas a
figura mais importante é o passageiro, nosso EU Maior, nossa Alma. Ele é que
deve guiar a carruagem. Mas isso exige atenção plena, ou mindfulness.
Vivemos na era da gula e do
desperdício. Fazemos coisas demais, comemos e bebemos demais, assistindo muita
televisão e nos comprometemos com muitos projetos.
Nas empresas as coisas tomam uma
dimensão ainda maior porque o que importa é “performar”. Assim ganharemos nosso
bônus, seguindo a cartilha da meritocracia.
Mas muita coisa que fazemos não é
importante. Em suma, todo projeto deveria atender a três princípios: ajudar o
cliente, desenvolver o colaborador e melhorar a vida das pessoas no planeta. E
o acionista? Certamente será bem recompensado se os outros três princípios
forem atendidos.
Mindfulness. Atenção plena. Vida plena.
Caminho cheio de possibilidades.
Para tal, é preciso esvaziar a sacola
daquilo que não é importante. E experimentar novas trajetórias.
Em vez de bombom, frutas... Em vez de
um monte de projetos, efetividade... Em vez de engolir sapos, coragem para
mostrar aquilo que emperra as coisas no trabalho.
Mindfulness, atenção plena para
aquilo que irá mudar a vida das pessoas que são importantes para nós, nossos clientes,
nossa família e nossos amigos.
E ainda vai sobrar tempo para
caminharmos, lermos um bom livro e corrermos na praia com nosso cachorro. E o
melhor, nada disso engorda!
Nenhum comentário:
Postar um comentário