terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Mais batuque e menos barraco


Devo confessar que a parte mais engraçada do desfile das escolas de samba é a apuração. Choro, desespero, reza e mais um vez, neste ano quebrou o maior pau...

Escutei um presidente de escola dizendo: "a gente se esforça, faz o maior sacrifício para virmos aqui e sermos roubados!!!" Mas a pergunta é: qual a importância de ser a campeã? Ficar em segundo em função de um problema técnico em algum carro alegórico vai tirar a beleza do desfile? Ou vai diminuir o esplendor da passista, a melodia do samba ou a alegria contagiante do público em êxtase?

Sou a favor de acabar o concurso. As escolas desfilam sem ter que serem julgadas. Deixem para o imaginário popular o julgamento. Permitam que o delírio dos amantes do Carnaval faça o julgamento. Que as arquibancadas sacramentem aquilo que os carnavalescos conceberam.

Imaginem como o desfile seria mais leve sem aquela pressão por tempo, evolução, harmonia...

Meritocracia até no Carnaval é demais!

Se não for assim, todo ano será 60 minutos de folia para o restante do tempo de agonia.

Deixem para as empresas a competição. Que o samba seja apenas paixão!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Fazer cursos a distância no horário de trabalho é igual comprar uma Ferrari para andar na Marginal Tietê


Lucas é gerente de treinamento e está todo orgulhoso dos novos conteúdos a distância que sua equipe preparou para a empresa onde trabalha. Tudo muito inovador. Uso de storytelling, infográficos, vídeos, fóruns de discussão, games, etc.

Porém, o departamento jurídico informou que os funcionários somente podem fazer o curso no computador da empresa dentro do horário de trabalho. Absurdo, não?

Todos os ganhos que o ensino a distância propicia serão perdidos em razão de uma legislação trabalhista que não serve mais ao modo como o trabalho é realizado atualmente.

Jornada de trabalho rígida fazia sentido na Era Industrial e não mais na Era do Conhecimento e dos Serviços.

Qual o problema do profissional trabalhar das 11h00 as 22h00? Por que não trabalhar em casa e visitar o escritório esporadicamente?

E se as pessoas quiserem fazer suas capacitações no domingo a noite? Que mal isso tem?

Há muito que mudar nas relações de trabalho. Até então, o Lucas continuará desenvolvendo conteúdos a distância de 10 centímetros, que é a medida entre as mesas dos alunos e seus computadores de escritório.


Deve ser a mesma sensação de passar embaixo da Ponte da Casa Verde na Marginal Tietê numa Ferrari a 50 quilômetros por hora...