quarta-feira, 3 de junho de 2015

A crise econômica e a escassez de recursos realmente existem?



Fomos acostumados a olhar o futuro e a realidade mundial com pessimismo e desesperança. Desemprego, baixo crescimento econômico, inflação, violência e miséria. Mas será que nosso destino é viver num mundo árido como este?

Não necessariamente, pois a crise parece ser falsa.

Não faltam recursos.  Se pensarmos bem, quais são os recursos necessários à nossa sobrevivência? Comida, água, abrigo, educação, saúde, cultura & artes, lazer, bons relacionamentos e conexão com o Todo.

Certamente não existirá concordância geral com a lista que preparamos, mas supondo que seja uma boa lista, vamos a ela.

Comida, água e abrigo não deveriam ainda ser problemas para a humanidade. A cada ano, as safras de alimentos batem recordes. A questão é que grande parte desta produção vai para alimentar os rebanhos e não as pessoas. Além disso, existe uma grande concentração da produção de alimentos em grandes propriedades e em empresas de alta tecnologia que produzem os alimentos de forma centralizada, encarecendo sua chegada aos países mais pobres.

Se fosse feita uma campanha para trocar o consumo de proteína animal por outros alimentos, teríamos um ganho enorme em produção, barateamento dos alimentos e menos impactos ambientais. Isto também economizaria água, pois a pecuária é uma das maiores consumidoras de água potável. O custo de construções de casas poderia também cair drasticamente se houvesse um planejamento para a entrega de unidades habitacionais feitas com materiais mais eficientes e baratos.

A educação poderia ser muito mais efetiva e barata se os pais dos alunos assumissem um papel importante na gestão das escolas, que deveriam ser comunitárias e preocupadas em formar pessoas melhores para o mundo e não cursos meramente profissionalizantes, estéreis no questionamento e nas disciplinas que formam realmente cidadãos globais.

A saúde é um dos itens que nos causa maior indignação. Se os governos fizessem campanhas educativas em prol da alimentação saudável e bons hábitos para a saúde, o volume de recursos gastos em hospitais, planos de saúde e medicamentos cairiam drasticamente. Mais uma vez, os interesses econômicos, principalmente da indústria da doença e dos remédios, acabam prevalecendo.

Cultura, artes, lazer e bons relacionamentos podem ser trabalhados em conjunto. Se tivéssemos incentivo a praticar a vida comunitária, em vez de ficarmos aprisionados em nossas casas, com medo do vizinho do lado, poderíamos criar relacionamentos fortes, positivos e buscaríamos soluções para todos, criando comunidades fortes e solidárias. Muito melhor do que a busca pelo consumo desenfreado e pelo endividamento exagerado.

A conexão com o Todo ou a busca pela espiritualidade seria o resultado das outras práticas. Pois teríamos tempo, dinheiro, cultura e bons relacionamentos, o que criaria um sentimento de pertencimento e de envolvimento com uma Causa Superior. Todas as religiões e dogmas poderiam ser extintos, pois causam muito mais separação e conflitos do que conforto espiritual.

Pode parecer uma visão simplória da vida, mas fica o questionamento. Não seria possível termos uma vida mais simples, sem tantas ambições inúteis e com menos conflito e infelicidade? Provavelmente sim. Basta que não sejamos contaminados pelo sentimento de impotência e entendermos que a mudança virá com iniciativas educacionais democráticas e inclusivas e que privilegiem a formação do novo cidadão que o planeta precisa. Esse é um papel de todos. Não podem existir donos. 

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