terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Mulheres pragmáticas, quem pode com elas?


Outro dia, eu estava em uma daquelas reuniões intermináveis e ao meu lado, uma importante executiva do mundo corporativo. Estávamos assistindo as apresentações e o plano de ação de cada pessoa.

Quando um homem falava, eu percebia que a executiva bufava! Parecia que cada um dos executivos se perdia em suas próprias ideias, ou mesmo que elas não fossem próprias, eles divagavam em conceitos, tabelas e em seus apelos. A executiva tamborilava os dedos de forma frenética.

Quando era a vez de uma mulher, notava um leve sorriso de contentamento naquela executiva. Era possível perceber nitidamente o rapport entre as duas guerreiras. Como se fossem duas amazonas cercando sua presa de forma implacável. Uma falava e a outra balançava a cabeça positivamente.
Foi então que a executiva não se conteve e sussurrou ao meu ouvido: “Não tem jeito, as mulheres são muito mais pragmáticas que os homens”... A partir daquele comentário, pude notar que ela tinha razão.

A forma como as mulheres se apresentavam era mais direta e assertiva. Sim, as executivas eram mais pragmáticas. E quando eu me lembrava das mulheres em cargos de alto escalão, a situação se reforçava.

Resgatei as executivas do Olimpo, na tentativa de buscar alguma relação com nosso tempo e deparei com Hera, mulher de Zeus, que ficou conhecida pela sua determinação e perspicácia; Atena, deusa da sabedoria, que tinha no trabalho o seu lema; Afrodite, deusa do amor, que atuava como relações públicas entre deuses e mortais e Ártemis, a deusa guerreira, que abria caminhos por onde passava.

Parecia que a situação não mudara tanto e isso podia derrubar certo estereótipo da mulher, com o risco de criar outro. Emergia a figura guerreira e caçadora, mas será que não existe espaço para o arquétipo da provedora e curadora?


Seriam as questões culturais ou até mesmo as diferenças salariais que ainda existem entre homens e mulheres que criaram esta concentração da posição pragmática feminina? E qual o resultado disso na prática? Ambientes onde o aprendizado e o compartilhamento são priorizados poderiam aparar estas arestas e ao final todos nós poderíamos nos apresentar despojados de arco e flecha? 

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