sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Dorothy, Dunga e Darth Vader


Já eram 22h30 e a aula estava para terminar. As pessoas já arrumavam suas coisas, fechavam seus cadernos e procuravam no bolso o ticket do estacionamento. Foi quando nosso professor, um senhor de cavanhaque, beirando os oitenta anos nos perguntou: o que a Dorothy, o Dunga e o Darth Vader têm em comum?

Ficamos atônitos com aquela pergunta já no apagar das luzes. O que eles teriam em comum? Por que aquela pergunta? Seria uma pegadinha? Um bom curso de filosofia precisaria instigar os alunos nos momentos mais improváveis?

Timidamente, alguns se arriscaram...

“Seria a maldade?”, indagou um aluno.

“Ou então a teimosia?”, disparou o segundo.

“Talvez as péssimas escolhas que fazem?”, tentou outro aprendiz.

“Ou poderia ser o estrago que fazem por ande passam?”, arriscou uma moça que já estava em pé na porta.

O professor ouviu pacientemente e com um sorriso, levemente sarcástico, declarou...

“Tudo que vocês falaram faz sentido, classe, mas acredito que poderíamos ter abordado outro ponto”, disse o mestre com certo ar de superioridade.

“Podemos afirmar que os três são líderes que no passado receberam missões gloriosas, tiveram mentores duvidosos e fizeram coisas desastrosas. Mas o pior de tudo, é a semelhança na incapacidade de enxergar o óbvio, tomar decisões corajosas, mas necessárias e a falta de humildade para reconhecer seus erros e aceitar ajuda”, profetizou nosso professor.


Acredito que o sucesso de Star Wars pode ser explicado da seguinte forma: as pessoas buscam na fantasia do cinema a possibilidade de vencer o lado negro da força e se redimir contra toda iniquidade que paira sobre suas cabeças. Pelo menos lá, podemos usar nossos sabres de luz e acreditar em um final que nos traga esperança e entusiasmo.

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