sábado, 1 de novembro de 2014
Paulistanos recriam a Marcha da Família com Deus pela Liberdade
Parece que na história as coisas se repetem de forma incrível. Hoje milhares de paulistanos marcharam na Avenida Paulista pedindo a deposição da Presidente Dilma e a volta dos militares ao poder. De forma muito semelhante, o mesmo ocorreu em 1964, quando milhares de paulistanos, indignados com o governo "comunista" de João Goulart, pediram a sua cabeça, que foi a gota d'água para o Golpe Militar que levou o país a décadas de escuridão.
Naquela oportunidade, no dia 19 de março de 1964, cerca de 500 mil pessoas partiram da Praça da República em direção a Praça da Sé, manifestando-se contra o discurso de Goulart, que acenava para reformas de base no Brasil. O interessante, é que apesar das mulheres estarem aparentemente liderando o movimento, escondia-se por trás dele, um poderoso aparato financeiro e logístico, conduzido por civis e militares, quase todos homens.
Nos últimos dias, nas redes sociais, estão sendo reproduzidos discursos separatistas, que chamam os beneficiários do bolsa família de vagabundos, que defendem a separação do país em dois e que agora, invocam o retorno do regime militar.
Tenho sérias restrições ao atual governo, mas o que me espanta é a vocação da elite paulistana de entrar em barcos furados quando se manifesta politicamente. Será que alguém que pede a volta do regime militar tem ideia do que foram aqueles anos e do atraso político, econômico e social que nos deixaram como legado?
O Brasil vive hoje o reflexo do seu curto período democrático. Somente no século passado, vivemos duas ditaduras, a de Getúlio, no Estado Novo e a do Golpe de 64. A maioria das mazelas que nos fazem sofrer hoje, como o atraso na educação e tecnologia e a corrupção que se alastra, são filhos dos anos de muita força e pouco diálogo. A opinião pública assistia amordaçada às ações que procuravam eliminar a oposição e buscar a vitória a qualquer preço.
Hoje, ao assistir esta tentativa da virar o jogo e enterrar a democracia, conclamo a todos para revisitarem a história e seus reflexos recentes em nossas vidas.
Certamente, Franco Montoro, Mário Covas e Ulisses Guimarães estão aflitos lá no céu, pensando como seus filhos políticos esqueceram aquilo que eles e muitos outros heróis passaram e a causa pela qual deram suas vidas.
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