sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

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Amor é um projeto de longo prazo...

A facilidade como as pessoas se dizem apaixonadas é algo surpreendente. Sem muito esforço, palavras de amor eterno são professadas. Tudo muito intenso e definitivo. E com a mesma facilidade que nos apaixonamos, trocamos de parceiro e muitas vezes a notícia da troca é dada ao parceiro antigo por whatsapp. Afinal, o mundo digital tem suas vantagens. O “Tinder” que o diga...

A busca pelo prazer imediato e pelas relações líquidas de Bauman* faz com que não tenhamos paciência para esperar um relacionamento amadurecer. No primeiro descontentamento, deixamos de “curtir” aquela pessoa e vamos correndo procurar uma possibilidade mais interessante no banco de dados quase infinito de candidatos que vivem a mesma situação.

Amor é um projeto de longo prazo e exige um comportamento de doação e preocupação com o outro que parece ser incompatível com o mundo efêmero e frenético das redes sociais. Quem ama não pode ter pressa. Precisa estar presente a cada momento, cuidando e fazendo o outro rir de coisas bobas, além de surpreendê-lo com pequenos mimos e convites inusitados.

Ou seja, amar é estar Presente!

Pequenos defeitos, gordurinhas localizadas, mau humor matinal, entre outros cacoetes, precisam ser relevados para que as coisas sigam em frente. Por outro lado, pensar em projetos comuns com o parceiro é a melhor forma de dar substância a relacionamentos onde o sexo surge como energia criativa, mas insuficiente para vencer a poeira que o tempo faz acumular.

Para um líder educador, o princípio é o mesmo. Não basta dizer que nos preocupamos com nossa equipe. É preciso estar presente e compartilhar os problemas e conquistas com eles. Sempre com o espírito de time, no qual todos são apenas UM. Isso é muito bonito de dizer e difícil de fazer. Até porque os objetivos muitas vezes são diferentes e um Sentido Maior no trabalho humano não é sempre que pode ser observado.

Relações humanas são complicadas, mas fascinantes. Paciência, criatividade e coragem para buscar novas possibilidades naquela relação são atributos que precisamos cultivar se quisermos escapar da Matrix suprema que coisifica pessoas, vidas e paixões.

O caminho é incerto, mas percorrê-lo pode trazer grande alegria e satisfação. Além do lado instantâneo que mina as relações, existe também o oposto aos relacionamentos líquidos. Aquele no qual as pessoas não desistem dos seus parceiros, porém não investem no convívio com eles, deixando que a possibilidade de felicidade padeça como um moribundo suplicando pelo fim. O desafio é saber quando continuar e quando desistir. Situações mal resolvidas precisam ter um fim.

O fim? Alguém sabe qual é o fim?

* Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, autor de muitas obras que escancaram o lado efêmero das relações humanas.

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