sábado, 31 de janeiro de 2015
Você sabe quem foi Joaquim Eugênio de Lima?
Você que vive ou visita a cidade de São Paulo, certamente deve muito a este homem. O engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima, que se formou na Europa e trouxe de lá a ideia de construir uma avenida larga, plana, arejada e moderna, como aquelas existentes nas principais cidades do Velho Mundo.
Com os planos de Joaquim Eugênio e com o dinheiro da elite cafeeira paulista, foi inaugurada em 8 de dezembro de 1891 a Avenida Paulista, com seus casarões arborizados, bem diferentes da tortuosa São Paulo de ladeiras e becos.
O Estado de São Paulo vivia momentos de conflito, com a deposição do seu governador, Américo Brasiliense e com a morte de D. Pedro II. Ao mesmo tempo, o capital cafeeiro estava em franca expansão e os barões do café demandavam moradias que representassem seu poderio econômico e político, numa cidade com forte influência francesa.
A avenida Paulista foi construída no ponto mais alto da Mata do Caaguaçu, a 900 metros do nível do mar, que foi considerado de salubridade ideal por estar longe da peste e do tifo que assolavam a cidade. Era uma via muito larga para os padrões da época, com magnólias e plátanos e imensos lotes onde os casarões seriam construídos.
Na época dos casarões, a avenida Paulista era o local onde ocorriam os eventos sociais e esportivos da cidade, como a corrida de automóveis. O Trianon era o parque inglês da cidade, frequentado pelos moradores da avenida. O escritório que fez mais projetos arquitetônicos na Paulista pertencia a Ramos de Azevedo, outro importante arquiteto para São Paulo.
Moraram na avenida Paulista figuras ilustres, como o Conde Francisco Matarazzo, Von Bullow, Pinotti Gamba, Yolanda Penteado, Ramos de Azevedo, Cerqueira Cesar, entre outros.
Hoje fui caminhar na Paulista, como costumo fazer aos sábados. Realmente ela está bem diferente. Os casarões foram substituídos pelas agências bancárias, lanchonetes e outlets. Passei no cruzamento da avenida com a rua Pamplona, onde existia a mansão do Conde Matarazzo, que foi derrubada na calada da noite para dar lugar a mais um espigão desinteressante. Mas esta história fica para outro post...
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