Slow Food é um movimento internacional de protesto contra a vida mecanizada e sem graça, simbolizada pela indústria do fast food. Carlos Petrini, jornalista italiano, fundou o movimento quando percebeu que um restaurante fast food havia sido aberto na Piazza di Spagna, uma linda praça de Roma. Hoje mais de 80 mil pessoas em 100 países estão engajados ao movimento.
Para William Rubel, do movimento na Califórnia, cada refeição deveria ser uma ocasião especial. Comemos rápido demais, andamos rápido demais, fazemos coisas demais e esquecemos o prazer de uma boa refeição com amigos e outras pessoas que amamos.
Além de valorizar o prazer de uma boa refeição, o Slow Food defende também a produção local de alimentos e a valorização dos mercados locais em detrimento das grandes redes de supermercados. Um dos maiores motivos da pobreza e fome no mundo é a centralização da produção de alimentos em grandes propriedades e apenas em alguns grandes países produtores.
Agora que o agrobusiness está no centro da discussão política brasileira, é preciso debater a necessidade de mudanças no modelo centralizado de produção de alimentos e o aumento descontrolado da pecuária, que devasta nossos recursos naturais e não resolve o problema da fome no mundo.
Parece que um dos caminhos para se criar uma sociedade mais equilibrada e humana é o retorno a valores perdidos pela Sociedade Fast Food, como a amizade, solidariedade e valorização da vida local, que amplia o conceito de cidadania ao dar a ela um significado concreto e objetivo.
O primeiro princípio da liderança educadora é a educação do corpo, que representa a preocupação com a mudança das questões físicas que envolvem as relações humanas. Comer bem, com alegria e acompanhado por pessoas queridas é, sem dúvida, princípios de resgate da vida com mais propósito que deveria estender-se às empresas e demais organizações.
Quem não consegue se alimentar corretamente não pode estar pronto para vencer os desafios locais ou globais. E alimentação saudável é muito mais do que a ingestão de alimentos. Engloba também a reorganização das vidas humanas e das demais espécies em volta de uma mesa mais justa, equilibrada e economicamente sustentável.
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