quarta-feira, 16 de julho de 2014

Educar não é treinar


Educar não é treinar porque agora o educador tem um papel tão ou mais estratégico do que o profissional de vendas, marketing ou qualidade. Ele precisa mostrar os pontos a serem mudados nas práticas de negócio e dominar as ferramentas para fazê-lo para que possam ser disseminadas.

A educação corporativa surgiu como uma tentativa de criar uma rede de relacionamentos que envolvia a construção de conteúdos educacionais, sua formatação e disseminação, com foco em públicos diversificados e alto nível de complexidade. O papel do chief learning officer, responsável pelas “universidades corporativas” que estão sendo criadas, ganhou destaque na hierarquia das organizações. 

Educar não significava mais treinar, e sim, formar pessoas com capacidade de entrega necessária à estratégia do negócio e ao atendimento das demandas dos diversos stakeholders.

Diversos desafios brotam com o novo modelo de formação de pessoas. É preciso utilizar de forma abundante as novas tecnologias do aprendizado, como forma de disseminar conhecimento e reduzir as crescentes despesas com logística de treinamento. Os conteúdos educacionais são distribuídos nas universidades corporativas por tipo de competências atendidas, surgindo então as “escolas”, como a “escola do varejo”, “escola de excelência operacional”, “escola de valores” e “escola de liderança”, apenas para citar algumas. As competências precisam estar alinhadas à cultura para que os conteúdos sejam coerentes às estratégicas traçadas.

O profissional de T&D tem que mudar seu “mindset”, a fim de que possa ter uma visão de diversidade e capacidade de abstração para criar programas que reflitam os altos níveis de complexidade nos quais suas organizações estão inseridas. A preocupação com avaliação de resultados exige uma visão financeira, comercial e mercadológica dos programas para que os desafios organizacionais possam ser atendidos. Não basta mais perguntar ao aluno se ele gostou do instrutor e do coffee-break servido.

Na atualidade, o conceito de educação corporativa começa a passar por uma nova mudança. O foco agora não é apenas na estratégia do negócio, mas no oferecimento de produtos e serviços que atendam aos requisitos de bem-estar social, qualidade de vida das pessoas e preservação dos recursos naturais. O educador corporativo ganha um papel de agente transformador das práticas de negócio nunca antes observado. Produtos ruins e nocivos à sociedade e ao meio ambiente devem ser trocados por novas opções, mesmo que isto represente uma queda imediata no volume de vendas.

Educar não é treinar porque agora o educador tem um papel tão ou mais estratégico do que o profissional de vendas, marketing ou qualidade. Ele precisa mostrar os pontos a serem mudados nas práticas de negócio e dominar as ferramentas para fazê-lo para que possam ser disseminadas.


As oportunidades para quem quiser ser um educador corporativo multiplicam-se aos milhares, apesar de que ainda, para muitas organizações, encher uma sala de alunos e cadernos com conteúdos, ainda seja no que acreditam. Isso tudo vai mudar rapidamente ou quem mudará serão seus clientes e demais parceiros. 

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