sábado, 26 de julho de 2014

Suor Cristina, girls just want to have fun!




Na audiência às cegas do programa “The Voice” da Itália em 2014, uma pequena freira de 25 anos apresentou a música "No One" de Alícia Keys. Os quatro jurados não acreditavam no que viam, quando viraram suas cadeiras. Como uma freira poderia cantar com tanta alegria e espontaneidade. E o recolhimento e o silencio próprios das religiosas?

Após uma juventude de rebeldia contra a Igreja, a Irmã Cristina Scuccia converteu-se em um musical feito na sua paróquia e decidiu tornar-se membro das Irmãs Ursulinas da Sagrada Família de Milão, cidade onde vive atualmente. Antes de tomar sua decisão vocacional, a jovem ficou dividida entre continuar seus estudos universitários de Belas Artes ou entrar no convento. Logo ela encontrou na música, cantando na Igreja, a forma de evangelizar e compartilhar seu talento artístico.

Uma das juradas, Rafaella Carrà perguntou: “E o que você acha que o Vaticano vai achar de sua participação no The Voice”?

Com muito bom humor a Irmã Cristina disse: “Eu acho que receberei uma ligação do Papa Francisco! Ele mesmo tem-nos convocado a sair das igrejas e dos conventos para evangelizar... É por isso que estou aqui, para mostrar que Cristo não nos tira nada, Ele nos dá ainda mais”.

Irmã Cristina representa muito neste mundo meio sem sentido. Ela é a possibilidade da alegria de mãos dadas à Fé. Porque a espiritualidade tem que ser sofrida, com recolhimento e silêncio? Por que não, uma vida religiosa cheia de música, dança e felicidade? Não vou nem falar em sexo para não polemizar ainda mais...

A jovem Cristina também nos mostra que as organizações precisam se reinventar. Não é possível que ambientes desinteressantes e pessoas entediadas seja a forma predominante das nossas entidades com CNPJs. É preciso achar espaço para a alegria, que somente existe quando existe significado naquilo que fazemos.

Para Francisco é uma pessoa alegre. Irmã Cristina segue a mesma trilha. Gosto de observar as pessoas pela manhã quando estou indo ao trabalho. A maioria delas possui semblantes carregados, feições pesadas, parecendo hipnotizadas. Parece que rumam adormecidas para o calvário dos escritórios.

Lembro também que na minha infância, estudava em uma escola de freiras. Poucas sorriam. Lembro-me de apenas uma, que também gostava de cantar. Estava sempre com um violão. A música insiste em nos inspirar a sairmos do papel de vítimas e curtirmos a vida como vocalistas.

As lideranças educadoras são pessoas alegres e bem humoradas, porque adoram o que fazem. Encontram sentido e espalham este significado aos diversos cantos que passam. E cantam, encantam...

Vejam Cristina interpretando “Girls just want to have fun”. Você tem razão, Cris, precisamos nos divertir. As segundas pela manhã precisam se transformar em descontraídas sextas a tarde.
 

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