segunda-feira, 21 de julho de 2014

O medo de ousar


Por que as organizações quando estão em dificuldades e precisam dar uma guinada em sua estratégia, tentam sempre as mesmas fórmulas? O que as impede de ousar?

Esta questão persegue diversos tipos de instituições, não importando o porte, segmento ou área de atuação. As empresas querem mudar, mas têm receio dos impactos internos e externos que estas mudanças poderão trazer. As organizações não receiam as mudanças, e sim, serem mudadas. Muitas pessoas que comandam as corporações enxergam mais riscos do que benefícios nas mudanças, pois podem perder privilégios, prestígios e poder. A única coisa que faz realmente uma organização se mexer é o medo de não sobreviver e mesmo assim, em casos extremos.

Isto explica porque a CBF pensa em trazer o Dunga novamente para ser técnico da seleção. Por mais críticas que seu trabalho possa ter, é pessoa conhecida e de certa forma, será controlado pelos cartolas de plantão. Colocar um profissional inovador e de capacidade técnica reconhecida poderia ser a escolha óbvia, mas os dirigentes enxergam risco para seu status quo. Um profissional de primeira linha aceitaria os desmandos e desencontros dessa entidade que nunca primou pela transparência e profissionalismo?

E assim acontece na maioria as organizações. Elas não seguem uma lógica definida para tomada de decisões. Ao contrário, são movidas por uma complexa e obscura rede de interesses que poucos conhecem bem, mas que explica escolhas estranhas e muitas vezes opostas às necessidades críticas do seu negócio.

As lideranças educadoras apenas conseguem fugir da tentação das decisões mais cômodas quando possuem uma visão muito precisa do seu posicionamento e objetivos estratégicos. A falta de foco e clareza de objetivos é o campo propício para o improviso e amadorismo. E não pensem que apenas pequenas empresas passam por isso. A acomodação de interesses é uma peste que se propaga em qualquer tipo de entidade. Como erva daninha, a falta de coragem corporativa vai corroendo a saúde das empresas e cria um imobilismo que nem mesmo os sustos dados pelo mercado podem vencer.

Se você tentar arrancar uma flecha da pata de um urso, certamente será morto sem piedade. Ué, mas o urso não será prejudicado? Sim, mas sua natureza instintiva é mais poderosa que qualquer ameaça existente. Isto explica a ascensão e queda da maioria das organizações, grandes e poderosas como um urso ou pequenas e ágeis como um esquilo. 




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